Disse a meu peito, a meu pobre peito:
- Não te contentas com um só amante?
Pois tu não vês que êste mudar constante
Gasta em desejos o prazer do amor?
Êle respondeu: - Não! não me contento;
Não me contento com um só amante.
Pois tu não vês que êste mudar constante
Empresta aos gozos um melhor sabor?
Disse a meu peito, a meu pobre peito:
- Não te contentas desta dor errante?
Pois tu não vês que êste mudar constante
A cada passo só nos traz a dor?
Êle respondeu: - Não! não me contento,
Não me contento desta dor errante...
Pois tu não vês que êste mudar constante
Empresta às mágoas um melhor sabor?
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Certa vez, quando conversava com uma amiga contei-lhe do meu desejo de ter em minha lápide essa poesia de Musset. Ela ficou chocada...
Tentei explicar-lhe que um amor não exclui outro assim como o desejo. No final, somos o resultado de tudo o que amamos, de tudo o que desejamos...
como diria o bom e velho Raul Seixas:
ResponderExcluir"se eu te amo e tu me amas como posso te condenar? se o que mais venero é a beleza de deitar?"
abraço
tem razão...somos resultado de nossos sentimentos e decisões...
ResponderExcluirEsta poesia se encaixa perfeitamente com alguém, será que você sabe quem é? :)
ResponderExcluirhttp://blig.ig.com.br/wendelcandido
Tiago...esse poema é lindíssimo!!E eu me lembrei do Raul Seixas quando canta em Maçã:
ResponderExcluir"mas compreendi que além de dois existem mais...Se eu te amo e tu me amas
Um amor a dois profana
O amor de todos os mortais."