quarta-feira, 27 de maio de 2009

Chanson - Alfred du Musset


Disse a meu peito, a meu pobre peito:

- Não te contentas com um só amante?

Pois tu não vês que êste mudar constante

Gasta em desejos o prazer do amor?



Êle respondeu: - Não! não me contento;

Não me contento com um só amante.

Pois tu não vês que êste mudar constante

Empresta aos gozos um melhor sabor?



Disse a meu peito, a meu pobre peito:

- Não te contentas desta dor errante?

Pois tu não vês que êste mudar constante

A cada passo só nos traz a dor?



Êle respondeu: - Não! não me contento,

Não me contento desta dor errante...

Pois tu não vês que êste mudar constante

Empresta às mágoas um melhor sabor?
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Cor do texto
Certa vez, quando conversava com uma amiga contei-lhe do meu desejo de ter em minha lápide essa poesia de Musset. Ela ficou chocada...
Tentei explicar-lhe que um amor não exclui outro assim como o desejo. No final, somos o resultado de tudo o que amamos, de tudo o que desejamos...

4 comentários:

  1. como diria o bom e velho Raul Seixas:
    "se eu te amo e tu me amas como posso te condenar? se o que mais venero é a beleza de deitar?"
    abraço

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  2. tem razão...somos resultado de nossos sentimentos e decisões...

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  3. Esta poesia se encaixa perfeitamente com alguém, será que você sabe quem é? :)
    http://blig.ig.com.br/wendelcandido

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  4. Tiago...esse poema é lindíssimo!!E eu me lembrei do Raul Seixas quando canta em Maçã:
    "mas compreendi que além de dois existem mais...Se eu te amo e tu me amas
    Um amor a dois profana
    O amor de todos os mortais."

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